Os atores e produtores de uma peça de teatro que traz Jesus Cristo e os apóstolos como homossexuais serão julgados por "blasfêmia" na Grécia e podem ser condenados a dois anos de prisão. Segundo a imprensa grega informa neste sábado (17), a Justiça aceitou a denúncia de um bispo contra a peça "Corpus Christi".
A produção, encenada em Atenas, é do americano Terrence McNally, mas foi atuada por uma companhia dirigida pelo greco-albanês Laertis Vasiliu. Recentemente, a peça foi suspensa por decisão do próprio teatro em que era apresentada, que sofreu pressão e até ataques tanto por parte de religiosos como do partido nazista Aurora Dourada.
Falando ao jornal "Kathimerini", Vasiliu negou que a pela seja um "insulto à religião" e que funcione como uma "blasfêmia mal-intencionada". "O que eu vejo é que aqui há gente que roubou e não estão na prisão enquanto a procuradoria se volta contra a arte", lamentou.
A peça foi recentemente suspensa, por decisão do teatro no qual era apresentada, após três semanas de constantes pressões e agressões ao público por parte de fundamentalistas religiosos e membros do partido nazista Aurora Dourada.
Esta situação gerou um debate inclusive dentro da própria Igreja Ortodoxa já que vários bispos, ainda sentindo-se incomodados com a peça, denunciaram a aliança de alguns religiosos com a formação fascista, que conta com 18 cadeiras no Parlamento da Grécia.
Vários meios de comunicação gregos chamaram a atenção para o fato de que, ao mesmo tempo em que processou os atores e produtores de 'Corpus Christi', as autoridades não averiguaram as agressões sofridas pelos espectadores da peça.
A Grécia é, na prática, um Estado confessional no qual a Igreja Ortodoxa tem um papel preeminente segundo a Constituição e o Código Penal grego castiga com até dois anos de prisão 'qualquer ofensa mal-intencionada a Deus' e 'qualquer ofensa à Igreja Ortodoxa de Cristo ou outra religião tolerada' no país.
Mesmo seguindo com um processo contra a peça, as autoridades não estão investigando denúncias de agressões sofridas pelos espectadores da obra, por parte de manifestantes, segundo a imprensa grega.
Retirado de www.bahiaacontece.com/ e exame.abril.com.br
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